- Hackers norte-coreanos lavaram US$ 150.000 em criptomoedas roubadas por meio da empresa cambojana Huione Pay.
- O grupo de Lazarus usou ataques de phishing para roubar Atomic Wallet, CoinsPaid e Alphapo.
- A Huione Pay, sem saber, recebeu fundos roubados, destacando lacunas regulatórias e de conformidade.
Novas evidências sugerem que o Lazarus Group da Coreia do Norte lavou mais de US$ 150.000 em criptomoedas roubadas por meio da Huione Pay, uma empresa de pagamentos cambojana, destacando as táticas sofisticadas do grupo e os desafios de combater o crime relacionado a criptomoedas no Sudeste Asiático.
Esta revelação oferece um vislumbre dos métodos sofisticados que o grupo Lazarus emprega para lavar fundos no Sudeste Asiático. Apesar das alegações de ignorância da Huione Pay, a análise da blockchain mostra que a empresa recebeu os fundos ilícitos entre junho de 2023 e fevereiro de 2024.
A Huione Pay, a empresa cambojana envolvida, oferece serviços de câmbio, pagamentos e remessas. A empresa recebeu a criptomoeda roubada, mas alegou que não tinha conhecimento de suas origens. O conselho da empresa, que inclui Hun To, primo do primeiro-ministro do Camboja, afirmou que várias transações entre a carteira do hacker e a sua dificultaram a detecção da fonte.
O FBI identificou o grupo Lazarus como responsável por roubar cerca de US$ 160 milhões de empresas de criptomoedas. Eles usaram ataques de phishing para executar esses hacks. Esses ataques fazem parte de uma série de assaltos que financiam os programas de armas da Coreia do Norte. As Nações Unidas destacaram como a Coreia do Norte usa criptomoedas para contornar sanções internacionais, auxiliando em transações ilegais. O Royal United Services Institute também afirmou que a criptomoeda pode ajudar a Coreia do Norte a comprar bens e serviços proibidos.
Apesar dos regulamentos, o Banco Nacional do Camboja (NBC) proíbe as empresas de pagamento de negociar criptomoedas. Essa proibição visa evitar perdas de investimento e crimes cibernéticos. A NBC afirmou que imporia medidas corretivas contra a Huione Pay, se necessário. No entanto, não especificou quais ações planejava tomar.
TRM Labs e Merkle Science, empresas de análise de blockchain, rastrearam o movimento de fundos roubados. Eles revelaram que o grupo Lazarus usou a blockchain Tron para converter a criptomoeda roubada em tether (USDT). Eles então moveram os fundos por meio de várias bolsas e corretores de balcão. Essas corretoras oferecem aos traders mais privacidade do que as exchanges de criptomoedas comuns.
O grupo Lazarus emprega técnicas sofisticadas para lavar criptomoedas roubadas. Essas técnicas envolvem várias transferências entre carteiras para ocultar o rastro do dinheiro. Os fundos roubados também foram convertidos em diferentes criptomoedas para obscurecer ainda mais suas origens.
O Sudeste Asiático, com seus muitos provedores de serviços de criptomoedas não regulamentados, tornou-se um foco de lavagem de dinheiro de alta tecnologia. As Nações Unidas apontaram o papel crítico da região em tais operações. Apesar de ter sido removido da “lista cinza” do GAFI, o Camboja enfrenta escrutínio por suas políticas de combate à lavagem de dinheiro.
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